19/05/2017 - Maggi descarta prejuízos com delação da JBS - entrevista de José Vicente Ferraz
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, descartou a possibilidade de a delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da empesa de alimentos JBS, afetar a venda de carnes brasileiras.
Maggi está em missão ao Oriente Médio, para reforçar mercados e sanar as desconfianças geradas pela operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal. Segundo ele, as vendas da companhia, que é a maior do mundo no segmento de proteína animal, não devem ser prejudicadas. Na opinião dele, a política não deve atrapalhar as transações da JBS, se a empresa tiver produtos.
"O Brasil volta a vivenciar uma crise política, em um momento que começava a vencer a crise econômica", afirmou o ministro, em uma rede social. "Não podemos desanimar. Continuo colocando esforços para que o Brasil volte a crescer".
Na terça-feira, o CEO da JBS, Wesley Batista, disse em teleconferência com analistas que as operações Polícia Federal afetam a imagem da empresa. Em resposta à questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), divulgada nesta quinta-feira (18), a companhia informou que, apesar dos impactos, "entende por bem aguardar o recebimento de todas informações envolvendo cada uma das operações".
"O excesso de informações desencontradas e um pronunciamento superficial da companhia diante das acusações poderiam acarretar em mais insegurança e incerteza em relação a ela e em relação ao setor de atividade em que atua", destacou a companhia.
Incerteza
Para o diretor técnico da Informa Economics IEG/FNP, José Vicente Ferraz, porém, é certo que o agronegócio e a indústria de carnes serão afetados pela turbulência política e pelo agravamento da crise econômica provocado nesta semana.
"É impossível que não tenham consequências. O difícil é projetar o quanto o setor será prejudicado", avaliou. "Sabemos que esse impacto deve ser menor do que o esperado para indústrias de bens que não são de primeira necessidade".
Ele observou que o mercado parou para acompanhar os desdobramentos da delação. "Os frigoríficos têm escalas a cumprir e os negócios devem retornar o ritmo em dois dias."
Fonte: IEG FNP e DCI